RESUMEN
A sífilis, também chamada de lues, é uma infecção sistêmica, tratável, causada pela espiroqueta Treponema pallidum (T. pallidum). A transmissão desta bactéria ocorre principalmente pelo contato sexual, mas também pode ser transmitida verticalmente durante a gestação para o feto, via transplacentária ou via canal de parto com lesão ativa em casos de mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada, de acordo com o Ministério da Saúde. A ausência do tratamento precoce, pode levar à cronificação da doença, com gravidade variável e sequelas irreversíveis; assim como na gestante pode haver maior risco de abortamento, prematuridade, óbito fetal ou do recém-nascido (RN) e de desenvolvimento de sífilis congênita (SC). A lues ainda consiste em um problema da saúde pública brasileira e vem se apresentando de forma crescente no país, nos últimos cinco anos, devido ao maior número de testes rápidos realizados para diagnóstico, à redução do uso de preservativos e da distribuição de penicilina na atenção primária. Consequentemente, há um aumento da incidência de SC e de RN expostos à sífilis, levando ao tratamento inadequado e, muitas vezes, desnecessário para a condição clínica apresentada por esse bebê. É de tamanha importância diferenciar ambos os casos, uma vez que apresentam condutas distintas e causam grande impacto na vida deste RN e da sua família. O público-alvo consiste em profissionais médicos, assistentes e residentes, que prestam assistência direta aos pacientes do setor da neonatologia do HSPM. Diante disso, baseado nas diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde (MS) do Brasil e na revisão integrativa de literaturas atualizadas, este trabalho objetiva atualizar conceitos relacionados à SC, diferenciar SC do RN exposto à sífilis, padronizar o manejo clínico na maternidade e, consequentemente, reduzir as taxas da incidência e prevalência da SC no país, assim como reduzir os impactos ocasionados por condutas inadequadas no manejo clínico desses pacientes. Palavras-chave: Sífilis. Lues. Sífilis congênita. Manejo clínico. Neonatologia.